O que é Brainspotting?

Imagem representando o Brainspotting – cérebro e olho

Muitas pessoas que chegam à terapia carregam dores que parecem não caber em palavras. São sintomas que não se explicam apenas pela lógica — ansiedade que paralisa, tristeza que não passa, reações intensas a gatilhos aparentemente pequenos. Foi buscando ferramentas mais eficazes para lidar com essas camadas profundas do sofrimento humano que conheci o Brainspotting.

Esse método, criado pelo psicoterapeuta David Grand em 2003, surgiu quase como uma descoberta acidental — mas extremamente potente. Ao observar os movimentos oculares de seus pacientes durante sessões de EMDR (outra abordagem baseada em neuroprocessamento), Grand percebeu que certas posições do olhar pareciam acessar regiões emocionais específicas do cérebro. Ele sistematizou essa observação e criou o Brainspotting, que hoje é utilizado em mais de 30 países por psicólogos, psiquiatras e terapeutas especializados no tratamento de traumas e na melhora de desempenho emocional e físico.

Como o Brainspotting funciona?

O Brainspotting parte do princípio de que o campo visual está diretamente conectado ao nosso sistema nervoso central. Ou seja, a posição dos olhos pode nos ajudar a acessar memórias e registros sensoriais armazenados de forma implícita no corpo — muitas vezes fora do alcance da linguagem.

Durante a sessão, o terapeuta auxilia o paciente a encontrar uma posição ocular que se conecta a uma sensação física ou emocional específica. Essa posição é chamada de “brainspot” — um ponto de acesso neurossensorial. Ao manter o olhar nesse ponto, o cérebro ativa redes neurais relacionadas ao problema trazido, o que permite que a pessoa processe a dor de forma profunda, mas segura.

Não se trata de “reviver” o trauma, mas sim de permitir que o corpo processe aquilo que ficou congelado no tempo. A abordagem é sutil, respeitosa e incrivelmente eficaz.

Por que me encantei com o Brainspotting

Conheci o Brainspotting durante meu processo de aperfeiçoamento no tratamento de traumas. Ao longo dos anos, atendi muitas mulheres em crise — sofrendo por vínculos tóxicos, memórias difíceis, dores silenciosas que não passavam. E muitas vezes, como terapeuta, eu sentia aquela angústia de querer ajudar, mas perceber que só falar sobre o problema não bastava.

O Brainspotting mudou isso.

Ele me deu uma ferramenta concreta para aliviar rapidamente estados intensos de ansiedade, pensamentos disfuncionais e crises emocionais, inclusive aquelas associadas ao risco de suicídio ou autoagressão. Mais do que isso, transformou a relação terapêutica: o paciente deixa de ser um sujeito passivo na busca pela cura e se torna protagonista do próprio processo. Ele vem com um objetivo e, juntos, trabalhamos para alcançá-lo — seja redução de sintomas, cicatrização de traumas ou aumento de performance emocional.

Brainspotting é para quem?

Esse método pode ser aplicado em crianças, adolescentes, adultos e idosos. É especialmente indicado para:

  • Transtornos de ansiedade e pânico

  • Transtornos de estresse pós-traumático (TEPT)

  • Dores crônicas e fibromialgia

  • Compulsão alimentar e traumas corporais

  • Bloqueios emocionais e criativos

  • Situações de luto, separação ou perdas afetivas

  • Preparação para exames, cirurgias, apresentações e provas

Além disso, também pode ser usado para melhorar o desempenho em áreas como arte, esporte, liderança e expressão.

E por que funciona?

O Brainspotting está ancorado em evidências da neurofisiologia e da neuroplasticidade. A técnica ativa áreas cerebrais ligadas à autorregulação, como o tálamo, amígdala e corpo caloso, além de facilitar a integração entre cérebro racional e emocional.

Por ser um método que respeita o ritmo do corpo e da mente, ele pode ser facilmente integrado com outras abordagens que trabalham com sintonia, vínculo terapêutico e escuta ativa — como a neurociência afetiva, base do meu trabalho clínico.


Se você sente que algumas dores emocionais ainda vivem dentro de você — mesmo que “faz tempo” — talvez o Brainspotting possa te ajudar a acessar o que sua mente sozinha não deu conta de resolver.

✨ Se quiser saber mais ou agendar uma conversa inicial, basta me chamar por aqui. Será um prazer te acolher nesse processo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *